Alimento regional: tempero que encanta moradores e turistas

Tapioca, fruta pão, banana, mamão verde, peixe, aipim, laranja da terra. Esses e outros alimentos regionais existem em abundância na Vila de Provetá, mas, mesmo que sejam utilizados em refeições caseiras, não são os mais oferecidos para os turistas que passam pela praia, especialmente na alta temporada.

Foi a partir desta percepção que o Voz Nativa, em parceria com o LTDS – Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social da UFRJ e o curso de gastronomia da UFRJ,desenvolveu, nos dias 9 e 10 de setembro, a Oficina de Gastronomia, na cozinha do Colégio Estadual Pedro Soares.

O curso abordou temas como higienização e manipulação de alimentos, princípios de hospitalidade, precificação, gestão dos custos e estética e apresentação de pratos. O intuito foi misturar teoria e prática, orientando os participantes para preparo e comercialização de refeições que valorizassem os saberes e sabores locais.

Na hora de colocar a mão na massa, foram priorizados os alimentos locais, como o dadinho de tapioca na entrada, arroz de frutos do mar como prato principal e uma delícia de abacaxi, para a sobremesa. “Em uma pesquisa prévia, identificamos que os moradores de Provetá valorizam muito a produção local, o ato de comer e a tradição de cozinhar em família. São características bem fortes, por isso no curso mostramos como podem se transformar em diferencial para o turista” Diz Marcella Sulis,  professora do curso de gastronomia UFRJ que ministrou o curso.

Outro momento considerado fundamental foi a criação da ficha técnica de cada prato. “A ficha técnica é um instrumento para registro de todas as etapas da elaboração de um prato, desde a compra até a finalização. Nessa ficha são colocados os custos, o modo de preparo e tudo aquilo que é preciso saber para manter o padrão e a qualidade dos pratos oferecidos. A ficha foi muito útil na oficina, muitos dos participantes não faziam o controle de custos e, em consequência, tinham dificuldade de precificar e saber qual era seu lucro. Com o registro na ficha isso é facilitado” Explica Marcella.

A oficina contou com cerca de 20 alunos, desde jovens a idosos. Além de Marcella, ministraram o curso o professor da FMU Moacir Sobral, além de Fabíola Santos e Venus Lobato, alunas da graduação de gastronomia da UFRJ e monitoras das oficinas. As aulas acontecerão em outras praias na Ilha, com agendas já marcadas para Araçatiba e Abraaão.