Jovem de Provetá conta o que pensa sobre política e o futuro da Ilha Grande

1. Fale de você, o que faz e onde mora.
Meu nome é Caroline da Silva Moreira, tenho 16 anos, moro no Provetá, Ilha Grande. Eu sempre fui uma aluna estudiosa, gosto de ler, porém a escrita não é meu forte. Moro com meus pais e minha relação com eles é muito boa. Meu pai é pescador e minha mãe é do lar.

2. Fale um pouco de sua comunidade.
Provetá é uma comunidade pacata, onde a maior atividade social são os eventos religiosos. O principal ramo econômico daqui é a pesca. O povo daqui é muito parado, a maioria sai da comunidade para estudar em Angra, e muitas vezes não volta, só nas festas da Igreja.

3. O que acha da formação política do jovem da Ilha Grande?
Acho que os jovens da Ilha só querem saber de namoro, a minoria que se interessa por política. Acho que as pessoas não estão interessadas em política, quase nunca vejo ninguém falando sobre o que está acontecendo no país. Acho que isso é ruim, porque hoje em dia os acontecimentos políticos caem em provas do ENEM e vestibular, mas nenhum jovem se interessa.

4. Se você pudesse criar uma lei, qual seria?
A minha área de interesse é o Meio Ambiente, pois vivemos na Ilha e os frutos de nosso sustento colhemos todos daqui, e dependemos do Meio Ambiente para isso. Meu interesse seria fazer uma lei que se focasse no tratamento de esgoto, pois toda a sujeira vai para o mar. Por ser filha de pescador, tenho visto o mal que a poluição dos mares está fazendo, os peixes não têm vindo mais para a costa e a pesca está difícil. O pessoal tem que ir para fora da Ilha pescar, aqui na Ilha a pesca tem diminuído. Meu pai trabalha embarcado, e muitas vezes o barco tem que ir para o Rio pra encontrar peixes. A praia também está ficando suja, e isso tem afastado os turistas, que sempre foram poucos. A maioria dos turistas tomam banho de mar no meio da praia, porque no canto, onde tem as barras, é muito poluído.

5. Supondo que fosse deputada, o que você faria por Provetá?
Eu colocaria um tratamento de esgoto, eu não deixaria os barcos grandes, de traineira, chegarem aqui, pois ao invés de pescar lá pra fora, pescam todos aqui perto da costa e não deixam peixes para os barquinhos pequenos. Aqui não tem muito emprego! Aqui só tem duas pousadas! Eu incentivaria o turismo, pra gerar mais empregos para as pessoas daqui. Acho que só isso de início.

6. O que faria pela Ilha Grande?
Bom, o lugar que eu mais visito é Aventureiro, então eu acho que eu ajudaria as pessoas de lá a colocar luz elétrica e uma torre de celular que tivesse sinal pra Provetá e pra lá. Colocaria também um posto de saúde, porque dá pena das pessoas de lá que não têm médico pra ser atendido. Colocaria mais escolas Estaduais, porque os alunos acordam muito cedo pra estudar aqui em Provetá e chegam cansados. Como o barco sai cedo as aulas aqui começam tarde, e se tivesse mais escolas eles acordariam na hora certa e teriam aulas às 7:30.

7. O que você pensa em fazer no futuro?
Eu pensava em ser professora de geografia, mas tá difícil ser professor, o salário é muito baixo, não valorizam os professores não. Deveriam valorizar mais, sabe por quê? Porque são eles que dão a profissão, que ensinam os profissionais de hoje em dia. Também pensei em entrar pra Marinha, mas ainda estou decidindo.
8. O que acha que os jovens podem fazer pela Ilha Grande?
Os jovens são o futuro da Ilha Grande. Eles podem valorizar a sua cultura, se preocupar com o meio ambiente, com o turismo, com a educação, buscando melhorias para as pessoas daqui.

Caroline da Silva Moreira, 16 anos, moradora de Provetá